quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Construindo a Geografia


O Presente artigo pretende analisar o livro didático Construindo a Geografia: Uma Janela para o Mundo da 5º série de Regina Araujo Raul Borges Guimarães e Wagner Costa Ribeiro como objetivo de analise tenho qual geografia esta se praticando? No livro, qual é qualidade desse livro? Entre outras questões pertinentes ao um melhor entendimento do livro didático pelo professor e que na maioria das vezes não o entende ou não o conhece e o aluno que o utilizará para seus estudos.
O livro é dividido em quatro unidades: Ambientes da Terra, o Espaço Geográfico, A geografia da Produção e o Mundo em Movimento dentro dessas unidades têm diversos capítulos que possuem um corpo de texto com diversas imagens, figuras, mapas e gráficos, sempre que há algum conceito que o aluno não conhece a um vocabulário este corpo de texto dentro do capitulo esta dividido em itens, quadros 1 e 2 para explicar algum conceito em especial, enquanto isso no Brasil que leva o tema estudado ao Brasil propriamente dito e atividades que esta dividida em exercícios e oficina em Geografia.
Um equivoco que permeia todo o livro, a Cartografia, este livro tem um capitulo dedicado exclusivamente a cartografia ensina as projeções os mapas as escalas, mas com enormes equívocos como a fuga da semiologia não é vista só é vista elementos de fundo de mapa ou simplesmente erros de concordância entre mapa e texto um exemplo é a falta de um mapa no livro inteiro que possua os trópicos. Outro equivoco que constatei é falta do conceito de chuva orográfica ou de relevo no capitulo de clima temos a chuva convectiva e frontal e não é explicado este conceito. Agora vamos ao uma analise das perspectivas pedagógicas do livro
A apresentação nos traz esta frase:
“Com a ajuda desse livro, você vai observar a realidade, organizar os resultados dessa observação e construir explicações para fatos e acontecimentos que afetam a nossa vida. Tudo isso faz parte da geografia.” (Araujo, Ribeiro e Guimarães, 2005.) Nesta frase podemos perceber logo de começo que se o livro seguir o que os autores querem ele ira buscar alimentar nos alunos competências e habilidades para enfrentar e conseguir trabalhar no mundo fora da escola.
O livro consegue de forma bastante eficaz cumprir o que foi explicitado na apresentação. Um exemplo é no capitulo cinco O ambiente da cidade nele depois da introdução do tema há as atividades e nelas a oficinas uma delas vamos olhar mais de perto a oficina III identificação do padrão urbanístico de uma cidade nela o aluno observar uma planta da cidade do rio de janeiro e identificar se há alguma praça ou largo e se o traçado da rua é em xadrez.   Neste exemplo podemos ver algumas competências que aluno é instigado a obter como transformar os estudos do livro em um estudo da realidade.
           Após a leitura completa do livro percebi que isto se repete em todas as oficinas os alunos são levados a aplicar seus conhecimentos de alguma maneira.
Essa tendência do livro é de estrema importância para aprendizado do aluno, pois acredito que o aluno se entusiasma mais quando ele percebe que o que esta aprendendo em sala de aula servira para sua vida externa a sala de aula como diz Cortella (1999) “O aluno gosta da escola o que ele não gosta são de nossas aulas”
.A mesclagem entre o conteúdo e as competências e habilidades é valido desde que nenhuma fique de fora da balança uma não vive sem a outra é um complemento da outra.
É importante vocês saberem que os autores não explicitam qual geografia é praticada não existe um enunciado como  A geografia deste livro é uma geografia renovada pois não concordo com a outra forma de geografia estuda até aqui, ao esse tipo de frase explicita não existe talvez pelo livro ser de 1 serie do fundamental 2 ou por os autores acharem que não importante eles salientarem isso.
No entanto após uma leitura cuidadosa podemos indagar algumas suposições para uma conclusão mais adiante. Primeira os autores dividiram o livro em temas ao contrario dos livros tradicionais que dividiam em regiões como exemplo o livro didático que foi a base no anos 70 e 80 de Aroldo de Azevedo que era dividido em regiões a America do sul  a Europa e assim por diante.
Segunda questão que se remete a primeira o livro possui alguns a capítulos que podem nos ajudar na resposta, por exemplo: A circulação mundial e As fronteiras do mundo nesses dois capítulos o autores elencam fenômenos mundiais conceitos que são do mundo todo que interferem na sua cidade ou no seu bairro.
Terceira questão dentro desses capítulos temos frases ou conceitos  que nos remetes a renovação acadêmica da geografia  como:
Essa organização da produção distribuída por vários países do mundo é chamada de globalização da produção” (autores, 2005)
Nessa frase podemos ver o conceito de globalização  que foi elucidado por Milton santos na geografia e é um termo que faz parte da renovação da mudança do paradigma geográfico. Outra frase de importância para nos refletimos para o entendimento do livro é essa:
“As grandes indústrias exercem grande poder econômico... principalmente pelas empresas transnacionais”.
A abordagem da globalização que é um fenômeno que nos afeta em todas as escalas é de extrema importância para o leitor, pois esta na vida da criança em todos seus aspectos. Mais uma frase ou um conceito que nos remete a Milton Santos.
Quarto e talvez o maior divisor de águas para nos refletimos sobre a questão da escola da geografia que o livro pertence. Temos um capitulo sobre cidades e ainda mais elas estão estudadas começa com a criação delas e depois a passagem ate as cidades atuais por ultimo temos o planejamento urbano os planos diretores é um capitulo novo para livros didáticos uma abordagem local e urbana.
Depois dessas quatro situações que o livro traz para o leitor podemos refletir e chegar a conclusões sobre qual geografia é a trabalhada.
Na geografia escolar clássica temos a abordagem regional o mundo dividido a divisão do quadro humano e físico a fuga pelo estudo das cidades o estudo do rural com seus respectivos símbolos como o seringueiro o cajuzeiro entre outros a descrição dos lugares sem uma elaboração previa um enciclopedismo vazio.
Na 1º renovação da geografia escolar temos um mundo divido economicamente entre capitalistas e socialistas um começo das analises espaciais dos conceitos sendo cada vez mais rebuscados uma nova ordem mundial o bloco capitalista e o bloco socialista, portanto uma analise dos fenômenos com uma base marxista.
A 2º renovação deixando um pouco de lado a questão econômica com ponta pé inicial para o entendimento do mundo abordando as questões culturais tecnológicas um investimento na escala local principalmente nas estruturas das cidades mundiais seus problemas.
            Portanto o livro em seu todo tem uma base na primeira renovação um investimento na abordagem local e mundial na interdisciplinaridade no desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos.
Este pensamento ao meu ver é o mais cabível para o estudo geográfico atual não podemos deixar de estudar as cidades pois segundo  o IBGE 81,3 de nos moramos em cidades e como que a geografia esqueceu de falar nelas? Outro pensamento é a grande espacialização dos fenômenos que acontecem neste livro é uma visão renovada que é nada mais do que fazer Geografia e que a geografia esqueceu por anos até a segunda renovação.
 







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